A história é um tema recorrente nos livros de Vargas Llosa. Veja-se a Guerra do Fim do Mundo, o Paraíso na Outra Esquina, A festa do Chibo, só para mencionar alguns. Este, é provavelmente o mais histórico dos livros de Vargas Llosa.
Conta-se a história de Roger Casement, um homem singular, na oposição à escravatura, primeiro no Congo, depois no Peru. Foi também um importante nacionalista irlandês. Confesso que nunca tinha ouvido falar dele e que o livro foi uma agradável descoberta.
Mas, embora sempre tenha admirado o cuidado histórico de Vargas Llosa e o interesse dos temas que escolhe, sempre foi a forma que me apaixonou nele, o que é curioso, porque ele não tem uma forma definida de escrever, como por exemplo o Saramago, ele sempre foi um verdadeiro camaleão do estilo. Mas este livro está pejado de enormes parágrafos, muito bem escritos - era o que mais faltava - mas densos, sem que haja uam verdadeira necessidade disso.
A vida sexual de Roger é referida a par e passo no livro, o que é absolutamente pretinente, tendo em conta a campanha de descrédito de que foi alvo, depois da sua prisão e a importãncia que o assunto poderia assumir perante a independência de um país onde a religião também separa. Também aqui Vargas Llosa é exímio, na tradição aliás de vários outros livros seus.
No final, não é, para mim, um dos melhores livros deste autor, mas só porque os outros são muito, muito, muito bons. Por mais recomendável que seja, é difícil ombrear com as Conversas na Catedral, a Festa do Chibo, Pantaleão e as Visitadoras ou a Guerra do Fim do Mundo.